O Grupo

O nosso maior objetivo é Estudar, Discutir e Difundir a Permacultura e as Tecnologias Apropriadas mostrando que existem diferentes alternativas que oferecem menores impactos ao ambiente e baixo custos de aplicação.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ofina de ASBC no Centro de Ensino do Lago Norte - CELAN

Em Setembro de 2009, representantes do GEPEC receberam um convite para ministrar uma oficina de Aquecedor Solar de Baixo Custo - ASBC na Semana do Cerrado do Centro de Ensino do Lago Norte CELAN para os Estudantes do período noturno de Educação de Jovens e Adultos – EJA.

A oficina foi realizada no dia 11 de Setembro, dia do CERRADO, e contou com a participação de mais de 70 pessoas da comunidade do Varjão, entre eles jovens e adultos na grande maioria de baixa renda, geralmente estudantes que estão começando desenvolver a escrita e a leitura procurando mais conhecimento e melhores oportunidades em sua vida profissional e pessoal.

Neste contexto, o Grupo preocupou-se em passar as informações numa linguagem bastante apropriada à situação dos alunos oferecendo a oportunidade de conhecer a tecnologia para assim aplicarem em suas vidas, seja como conhecimento pessoal ou profissional.

Muitos dos alunos rapidamente fizeram a ligação entre economia de energia elétrica, redução de impactos ao meio ambiente, geração de renda e a reutilização e reciclagem de resíduos.

Alguns deram depoimentos explicando a importância de tecnologias como esta para as comunidades baixa renda."Se realmente é possível economizar energia poupando para o meio ambiente e para o bolso da gente todos saem ganhando e o que é poupado na conta de energia dá para comprar outros utensílios para a casa" disse uma das participantes.

Outros já se interessaram muito em aprender a tecnologia de forma minuciosa para se profissionalizarem e até mesmo oferecerem este tipo de serviço, podendo aumentar a sua renda familiar e garantir melhores condições de vida.

A oficina foi muito produtiva e gratificante para todos os envolvidos, podendo ser observando em todo o processo a ligação entre a Sociedade, a Economia e o Meio Ambiente, apresentando uma maneira de conciliarmos estes três pilares importantíssimos para a humanidade.

É nesta perspectiva que o Grupo sempre atuou, difundindo e oferecendo a informação de tecnologias sociais, sustentáveis e apropriadas para todos os que se dispõe a aprender e compartilhar o conhecimento.

Agradecemos imensamente a todos os envolvidos na oficina: estudantes, professores, facilitadores, organizadores, entre outros, que também de alguma forma fizeram parte desta Teia.

O tipo de aquecedor apresentado na oficina foi projetado por José Alcino Alano e o manual está disponível no link: Aquecedor Solar com Descartáveis.


A Permacultura como Transformação Social!!!








terça-feira, 20 de outubro de 2009

Projeto de Educação Ambiental no Núcleo Rural Agrovale

Um dos principais focos de trabalho do GEPEC é a extensão, onde todo o conhecimento construido no nosso grupo é passado para a comunidade. Mês passado alguns membros do grupo realizaram um projeto de educação ambiental voltado para o planejemento de uso e ocupção do solo com agrofloresta na comunidade do Nucleo Rural Agrovale que localiza-se na região da APA (Area de Proteção Ambiental) do São Bartolomeu.


Em um levantamento feito pelo grupo foi verificado que a maior parte dos proprietários praticam a agricultura e criam animais como forma de subsistência sendo que poucos comercializam os seus produtos. Foi notado praticas indevidas à áreas de relevante interesse ecológico como uso de agrotóxicos e criação de animais perto de cursos d’água, uso do fogo para plantio e renovação de pasto, caça, entre outros.

Assim o trabalho trouxe como objetivos


· - Trazer conhecimentos básicos sobre meio ambiente como; funcionamento do ciclo hidrológico, erosão, lixiviação de nutrientes e agrotóxicos, uso do fogo entre outros dos principais impactos causado pela atividade agropecuária .

· -Colocar noções sobre leis ambientais relacionadas a unidades de conservação, areas de APP, reserva legal e pagamentos por serviços ambientais.

· -Introduzir principios básicos sobre permacultura e implantação de sistemas agroflorestais.

· -Desperatar uma consciencia de trabalho coletivo entre os participantes para promover mutirões nas propriedades colocando em prática a implantação de sistemas agroflorestais.


Para alcançar tais objetivos foram realizadas duas palestras com uma tarde de duração na sede da associação da comunidade e uma visita técnica com duração pela manhã na vitrine de tecnologias da Embrapa Sede que abordaram os seguintes temas:


Palestra 1:

· -Princípios Ambientais básicos

· -Legislação ambiental

Palestra 2:

· -Permacultura

· -Sistemas agroflorestais para recuperação de áreas de APP, estabelecimento de reserva legal e fonte de produção agrícola

Visita técnica:

· -Curso teórico de implantação de sistemas agroflorestais

· -Visita pela vitrine de Tecnologias que serão apresentados 4 módulos de Agrofloresta sendo; um de 9 anos, um de 5, um de 3 e um de 2.



Das nove familias nas quais foram aplicados os questionarios compareceram representantes de seis delas durante as palestras e três durante a visita técnica. As palestras foram bem correspondidas pelos participantes que se mostraram interessados e se envolveram na construção do conhecimento durante debates que foram abertos ao decorrer das palestras. Os temas foram desenvolvidos conforme o esperado atendendo as demandas que foram levantas pela pesquisa de campo.


Durante a visita técnica foi possível mostrar para os participantes sistemas agroflorestais bem desenvolvidos onde eles puderam perceber como funciona todos os mecanismos de sistemas agroflorestais como, crescimento suscessional, estratificação, produção de alimentos, biodiversificação, manejo, entre outros.


Como um feliz resultado tivemos mutirões, com a participação de agricultores, implementando SAF’s em dois sítios do Agrovale. Nesses mutirões foram possível vivenciar a implementação de plantios na pratica. . Os mutirões continuarão sendo realizados no período de chuvas expandindo os sistemas ja implantados.








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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fossa Ecológica - Tanque de Evapotranspiração (TEVAP)

Por Felipe Bodens e Bernardo Oliveira

O Tanque de Evapotranspiração (TEVAP) é um sistema de tratamento e reaproveitamento dos nutrientes da água negra (proveniente do vaso sanitário), para produção de flores e frutas. O TEVAP foi dimensionado e construído pelo GEPEC em uma casa no Condomínio Estância Jardim Botânico em Brasília.

Projeto SketchUp: Felipe Borges


Este sistema foi criado por Tom Watson nos Estado Unidos com o nome de "Watson Wick" e adaptado por vários permacultores brasileiros. Pelo fundo de um tanque de "ferrocimento" corre um "tubo" feito de tijolos e calhas de cimento pré-moldado onde a água negra chega e após um determinado volume escorre para fora do tubo, ocupando o fundo do tanque. Nesse caminho, a água negra passa por várias barreiras de materiais porosos colonizados naturalmente por bactérias anaeróbias que pré-digerem o efluente, neutralizando os patógenos e mineralizando outros compostos em moléculas mais "acessíveis", para a absorção das plantas que estão na terra logo acima. Após o processo anaeróbio, parte da água é evaporada pelo solo e a outra transpirada pelas plantas. O sólidos, que representam menos de 1% das águas negra, são consumidos pelas plantas e por toda comnunidade de microorganismos que habitam a zona das raízes. Patógenos que não foram neutralizados no estágio anaeróbio, não sobrevivem no solo - local de intervenção dos organismos da rizosfera.

Dimensionamento

O TEVAP foi dimensionado para uso de duas pessoas - 4m³. Não existe nenhuma norma sobre as dimensões do TEVAP, pois ainda são poucos os estudos técnico-científicos sobre este tipo de tecnologia de saneamento ecológico. No entanto, as observações feitas por muitos permacultores que possuem esse tipo sistema há alguns anos, indicam que 2m³ comporta mais de uma pessoa que usa muito o vaso sanitário. É importante ressaltar que o TEVAP é indicado para o tratamento de águas negra (proveniente do vaso sanitário) e não águas cinza (proveniente das pias, ralos, chuveiros e da lavandeira). As águas cinza podem ter um tratamento mais simples, o que aumenta as alternativas de reúso. Muitos autores não classificam as águas utilizadas na cozinha como água cinza porque possuem altas carga de gorduras, detergentes, matéria orgânica e seu tratamento deve ser mais específico.


Construção


Após ter cavado um buraco de 4m³ (2m de comprimento e largura e 1m de profundidade), as paredes receberam um reboco fino ("chapisco") de massa forte de cimento e areia lavada (1:3). Por cima foi fixado uma tela de galinheiro que é rebocado novamente com massa forte espessa. O tanque foi impermeabilizado com vedax plus 18kg da Anchortec.






A tubulação que trás o efluente é ligada da caixa de inspeção convencional de "esgoto" ao TEVAP, com uma curva de 45°. A agua negra chega até o fundo do tanque em um "tubo" feito de alvenaria, com quatro fiadas de tijolos furados de cada lado, de modo que o efluente após preencher a base do tubo percole para fora. A inclinação de 45° dos tijolos, impede a terra que cobre o sistema não obstrua os tijolos, entupindo o sistema.










Em cima dos tijolos são encaixados duas calhas de cimento pré-moldado que é cimentado com os tijolos. No local onde a água negra entra no tanque, é instalado um cano de 100mm para inspeção, manutenção e escape de gases. O tanque é preenchido com materiais porosos com granulometria decrescente: primeiro os tijolos depois pedaços de telhas, entulho, brita grande e areia grossa.







Na camada de brita, foi colocado outro tubo de inspeção de 100mm, furado e vedado com uma manta bidim, para permitir apenas a entrada de água, que poderá ser coletada para análise laboratorial. Em cima das britas veio a areia grossa, a terra, um pouco de esterco de gado e composto orgânico para favorecer o desenvolvimento inicial das plantas.



É importante que as paredes do TEVAP fiquem acima do solo, para evitar possíveis sobrecargas ao sistema com o escoamento de água durante chuvas fortes. Também foi instalado um "ladrão", com um cano de 50mm, vedado com manta bidim. O ladrão é direcionado a antiga fossa séptica convencional sob o solo.



Foram plantadas bananeiras, mamoeiros e plantas ornamentais como alpinias e copo-de-leite. Outras plantas tabém podem ser incluídas no sistema, como taiobas, inhames, junco e outras plantas que transpiram muito, que não possuem raízes longas e lenhosas, e que gostam de ambientes alcalinos. Frutos como banana e mamão produzidos no TEVAP podem ser consumidos in natura; já as raízes, bulbos e folhas, não é recombendado comer, pois ainda não está totalmente compreendido as interações que acontecem no sistema.
As plantas podem ser bioindicadores do funcionamento do sistema, através do seu padrão de crescimento, vigor, coloração das folhas e flores. Elas também podem ser analisadas em laboratório, com o intenção de detectar substâncias nocivas ao homem, como metais pesados. Inicialmente o TEVAP dever ser irrigado, até que o sistema entre em funcionamento autônomo.





domingo, 28 de junho de 2009

Saiba mais sobre o grupo

Espaço Ecovitrine




O grupo de estudos em permacultura da UCB foi formado no inicio do 1° semestre de 2007, por estudantes do curso de Engenharia Ambiental e da Biologia. O objetivo principal do grupo de estudos era debater assuntos ligados aos conhecimentos permaculturais e agroflorestais possibilitando que surgissem idéias para o desenvolvimento de projetos que permitissem criar um espaço dentro da universidade a fim de se trabalhar esses temas na prática e na teoria. O grupo começou a se reunir semanalmente, inicialmente formado por cinco estudantes e a cada dia que se passava vinha se tornando mais sólido e somando novos membros.
Já no 2° semestre de 2007 algumas iniciativas foram tomadas em busca de parcerias, então o grupo estabeleceu duas frentes de trabalho: a primeira foi com um projeto de implantação de um sistema agroflorestal (SAF) juntamente com o Projeto de Educação Ambiental – PEA da UCB na época coordenado pelo professor Genebaldo Freire Dias e a segunda um trabalho em parceria com os professores do Centro Educacional Católica de Brasília (CECB) em um projeto desenvolvido pelos professores Giuliano e Kelly de uma Ecovila Educativa, apresentando eco-tecnologia, bio-construção, sistemas dinâmicos de plantio e reflorestamento, design de ocupações humanas sustentáveis, dentre outras tecnologias alternativas.
As idéias foram discutidas e apresentadas aos responsáveis por cada um dos projetos no final do 2° semestre de 2007, a fim de se estabelecer um vínculo com a universidade. A partir daí, devido a alguns contra tempos e falta de incentivo o projeto de implantação de um SAF junto ao PEA não foi possível de ser consolidado, por outro lado o projeto com a Ecovila foi ganhando incentivo e visibilidade. Então o foco de trabalho do grupo passou a ser esse. Um dos marcos que deu base para o grupo e firmou a parceria com os professores do CECB foi a realização da Oficina de Espiral de Ervas, durante a qual o grupo coordenou a construção de um canteiro em forma de espiral produzindo culturas, entre outras, com utilidades alimentícias e medicinais mostrando para os alunos do CECB que com simples ações você pode trazer benefícios para a saúde, qualidade de vida, economia, e meio ambiente.










Sistema Agroflorestal Suscessional

Sistema Agroflorestal (SAF) é o termo que define uma agricultura baseada na simulação do crescimento suscessional de ecossistemas florestais conciliando a produção de espécies econômicas, nativas e adaptadas às condições de clima e solo do ambiente de plantio. É um sistema que visa proporcionar benefícios tanto no ponto de vista produtivo, trazendo uma variedade e qualidade maior dos produtos, quanto no ecológico, social e até mesmo cultural resgatando valores e saberes populares de cada região em uma atividade que reúne conhecimentos de diversas áreas como botânica, agronomia e ecologia.

Em comparação com o sistema de produção dominante atual, o SAF implica na mudança do paradigma de produção maciça do grande produtor para um modelo que valoriza o produtor familiar, distribui mais renda, gera mais empregos no campo, promove o êxodo urbano e gera produtos com mais qualidade e sustentabilidade em um país no qual a agricultura familiar desempenha um papel fundamental na distribuição de alimentos para a população.




Abaixo segue fotos crescimento suscessional do SAF na Ecovitrine da Catolica:




Início do plantio



Após 2 mêses



Bernardo e Henrique na prieira colheita

Sistema após 5 mêses


Sistema após 1 ano


Sistema após 1 ano e 5 mêses